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No último dia do VI Seminário Internacional Bacia Cultural Sociobiodiversa da Chapada do Araripe aconteceram diálogos sobre os próximos passos do processo de candidatura

  • viseminariochapada
  • 8 de jun.
  • 6 min de leitura

Neste sábado ocorreu o último dia do evento voltado a candidatura da Chapada do Araripe a Património Mundial


Palestrantes durante a 1ª roda de conversa da tarde
Palestrantes durante a 1ª roda de conversa da tarde

O turno da tarde iniciou com uma roda de conversa com Sandro Gouveia, Pró-Reitor de Cultura da Universidade Federal do Ceará (UFC), Heloísa Bitú, do Instituto de Arqueologia do Cariri, e Demétrio Jereissati, do Iu-á Hotel com mediação de Conceição Lopes, professora da Universidade Federal do Piauí (UFPI). O tema da primeira roda foi sobre Turismo Arqueológico - Centro de Referência Arqueológica da Chapada do Araripe.


Conceição Lopes destacou como o Nordeste Brasileiro ainda tem capacidade para a realização de pesquisas por conta do trabalho de preservação que foi feito no bioma da caatinga, que cobre boa parte do território nordestino. Por conta de seu trabalho de arqueóloga no Piauí, Conceição citou o trabalho de preservação feito na Serra da Capivara, um dos patrimônios mundiais brasileiro. 


A partir dessa fala, a conversa foi iniciada e os palestrantes dialogaram sobre a implementação do projeto Centro de Referência Arqueológica da Chapada do Araripe, criado pela Fundação Casa Grande tendo atualmente a parceria da Universidade Federal do Ceará, por meio da Pró-Reitora de Cultura. Alguns objetivos desse projeto são valorizar as comunidades locais e promover políticas de gestão patrimonial que possam garantir a proteção dos monumentos arqueológicos locais.


Sandro Gouveia apresentou o projeto e seu papel na formação social, na sustentabilidade ambiental, na cultura popular e no futuro ancestral.  “Quando a gente está falando da ancestralidade, a gente está falando da arqueologia, dos nossos vestígios e de um ambiente misto. E eu acho que é importantíssimo porque a gente vai trabalhar agora com o imaginário dessa comunidade. A gente vai tentar trabalhar com os sonhos, até para eles entenderem todos esses processos. Então, essa cultura ancestral vai ser importante aqui no Centro de Referência e, obviamente, a questão do impacto que o Centro de Congresso pode trazer socialmente com a casa da região, que vai ser muito grande”.


Sandro Gouveia falando sobre o trabalho turistíco com a Chapada do Araripe
Sandro Gouveia falando sobre o trabalho turistíco com a Chapada do Araripe

Demétrio Jereissati, proprietário do terreno onde estão localizadas as pinturas rupestres, comentou que é um  grande fã dos projetos realizados pela Fundação Casa Grande e contribui com a questão hoteleira para fortalecer o papel do turismo na região. “Nós temos a visão da hotelaria de que a hotelaria não é só oferecer um bom quarto, um bom café da manhã e um bom banheiro. Hospedar é uma oportunidade de divulgar o local onde aquele equipamento está. Ainda mais aqui [no Cariri] que eu me encantei por esse território 15 anos atrás, quando eu cheguei aqui pela primeira vez. E entendi que eu tenho uma missão maior aqui, e a gente vem tentando trabalhar essa missão”.


Demétrio Jereissati durante a palestra
Demétrio Jereissati durante a palestra

O projeto, antes chamado de Centro de Interpretação Arqueológica, vai ser um equipamento de interpretação voltado a todos os sítios arqueológicos e para a população entender, também, o significado arqueológico da região. A professora Clarissa Freitas, docente do curso de Arquitetura e Urbanismo da UFC, convidada pelo Pró-reitor, apresentou o projeto arquitetônico do Centro no Sítio Santa Fé.


Heloísa Bitú afirmou que o território do Sítio de Santa Fé é marcado pela memória construída pelos povos originários do Cariri e, por isso, é muito importante continuar preservando esse local para levar esse conteúdo histórico para o futuro e continuar perpetuando ele por diversas gerações, principalmente ao realizar contatos constantes com as crianças caririenses a fim de manter essa tradição.


Convidados do seminário da fala sobre o turismo realizado na Chapada do Araripe
Convidados do seminário da fala sobre o turismo realizado na Chapada do Araripe

Após a roda de conversa, Thiago Allis e Sidnei Raimundo, professores da Universidade de São Paulo (USP), fizeram a leitura e a entrega da Carta de Recomendações da Rede Unesco UniTwin Cultura, Turismo e Desenvolvimento.


Foi apresentado as recomendações dos pesquisadores da Rede UNESCO UniTwin para o processo de candidatura da Chapada do Araripe como sítio misto a patrimônio Mundial, considerando os aspectos da gestão de turismo e do social. Eles realizaram visitas técnicas ao território durante o workshop e contribuíram com os diálogos durante o VI Seminário. 


A Chapada do Araripe já está indicada para candidatura como patrimônio misto no Brasil, porém esse processo ainda está em andamento para ser aprovado, e, por isso, precisa ser reforçado para continuar a receber apoio de instituições a fim de conseguir essa conquista. Thiago Allis trouxe as recomendações gerais levadas por ele e pelos pesquisadores da Rede UNESCO UniTwin sobre o turismo de Base Comunitária da região do Cariri.


Thiago Allis e Sidnei Raimundo falando durante a roda de conversa
Thiago Allis e Sidnei Raimundo falando durante a roda de conversa

Alemberg Quindins, criador da Fundação Casa Grande, agradeceu a presença de todos os participantes no VI Seminário Internacional da Chapada do Araripe e finalizou com uma apresentação de uma música sobre o cuidado com o planeta. 


“Vocês viram um centro de referência que está sendo montado aqui, vocês viram o curso que está sendo montado aqui de Arqueologia, museus orgânicos sendo feitos, a gente está com esse processo da chapada patrimônio da humanidade aprendendo a se estruturar. Então, para nós é muito importante esse processo, todo esse movimento, e que a gente venha a trazer mais humanidade daqui, para nosso povo, e que nosso povo possa ter uma contribuição na construção desse planeta”, comentou Alemberg Quindins.


Alemberg Quindins tocando o seu violão para o público do IV Seminário Internacional
Alemberg Quindins tocando o seu violão para o público do IV Seminário Internacional

Após esse momento, aconteceu a apresentação da prestação de contas do evento com indicadores, apresentado por Junior dos Santos, representante da Fundação Casa Grande, reunido na frente do palco com todas as pessoas que participaram da produção do evento.


Mercês Parente finalizou o VI Seminário Internacional da Chapada do Araripe com um momento sobre as lições aprendidas no evento e passou a palavra para a nova geração da casa fazer a leitura da carta do seminário.


Mercês Parente com a carta do seminário
Mercês Parente com a carta do seminário

“Ao reconhecer o direito das crianças na construção da memória e na valorização do território, a candidatura se torna não apenas mais inclusiva, mas também mais legítima e afetiva. Valorizar o que é patrimônio é compreender que a proteção da cultura e da natureza começam na infância. Quando as crianças são protagonistas, o legado que se constrói é mais duradouro, mais justo e mais enraizado nos abetos e sentidos coletivos”, trecho da carta apresentada no final do dia por Ana Beatriz e Ana Luiza, crianças da Casa Grande.


Crianças da Casa Grande participando do momento
Crianças da Casa Grande participando do momento

A programação da noite iniciou com as celebrações dos grupos de tradição popular. O primeiro grupo a se apresentar foi o Reisado São Francisco, de Juazeiro do Norte. O Mestre Dodô nasceu no Sítio Gonçalo, em 1950, e se trajou no Reisado pela primeira vez aos sete anos. Hoje, ele é um mestre da cultura líder do grupo, cria as peças e compartilha seus saberes que garantem a salvaguarda dessa tradição. 


Grupo Reisado São Francisco em frente a Fundção Casa Grande
Grupo Reisado São Francisco em frente a Fundção Casa Grande

Em seguida, a segunda apresentação foi da Banda Cabaçal Irmãos Aniceto. É um dos grupos mais antigos e respeitados grupos de música tradicional do Brasil, tendo raízes profundas na cultura do Cariri. Fundada em 1815, por José Lourenço da Silva, conhecido por Mestre Aniceto, descendente dos povos indígenas do Kariri, a banda é marcada por coreografias sincronizadas, incluindo movimentos com facões que remetem às danças indígenas. 


Grupo Banda Cabaçal Irmãos Ancieta apresentando seu número músical
Grupo Banda Cabaçal Irmãos Ancieta apresentando seu número músical

Para finalizar o momento de celebração aconteceu a apresentação do Côco do Toré do Quilombo Carcará da Mestra Bizunga. A mestra Bizunga carrega a tradição da dança do toré, responsável pela transmissão dessa cultura na comunidade Carcará. As mulheres dançadeiras de Toré são as verdadeiras mestras da tradição oral. São elas que guiam os passos da dança, introduzindo e incentivando os mais jovens a dar continuidade a esse saber ancestral.


Mestra Bizunga e o Côco do Toré do Quilombo Carcará dançando no Passeio Público Dra. Rosiane Limaverde
Mestra Bizunga e o Côco do Toré do Quilombo Carcará dançando no Passeio Público Dra. Rosiane Limaverde

A noite do último dia do VI Seminário Internacional da Chapada do Araripe terminou com a celebração musical com Leonardo de Luna, forrozeiro e cantor natural do Crato. Uma de suas obras mais conhecidas é a canção “Mãos Que oferecem Flores”, que tem sido utilizada em contextos religiosos e educacionais para promover reflexões sobre a vida. 


Leonardo de Luna cantando na Fundação Casa Grande
Leonardo de Luna cantando na Fundação Casa Grande

O Seminário é uma realização do Sistema Fecomércio Ceará por meio do SESC com organização da Fundação Casa Grande - Memorial do Homem Kariri.


 
 
 

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